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terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Máscaras sociais/Corpo como máscara

A utilização da máscara como elemento cênico surgiu no teatro grego por volta do século V AC.

O símbolo do teatro é uma representação de dois gêneros principais da época: a tragédia e a comédia. A primeira estava ligada às relações da natureza do homem, o seu destino e o poder dos deuses. A segunda relaciona-se em torno da crítica da sociedade ateniense. No teatro grego as máscaras serviam para darem aos atores os seus personagens. Dentro da história ritualística o uso das máscaras é mais antigo, as primeiras máscaras aparecem no período da pré-história e representavam as figuras da natureza, as tribos indígenas desenhavam as máscaras em seu rosto. Os egípcios utilizavam as máscaras em seus rituais fúnebres, pois acreditavam que assim seriam reconhecidos em outro plano. As máscaras fazem parte da humanidade desde os homens da caverna eles utilizavam as máscaras como uma espécie de amuleto no momento que saia para caçar, acreditavam que desta forma era mais fácil se aproximar da caça e ganhar poder diante da sua presa. Hoje em pleno século XXI as máscaras ainda são objeto de estudo de inúmeras companhias teatrais em todo o mundo.


O teatro contemporâneo começa a reencontrar o uso da máscara trazendo junto a esta pesquisa um forte estudo corporal, já que o uso da máscara exige que o ator compense toda essa perda do sentido e a falta de identificação, até porque escondendo-se o rosto, abre-se mão de uma expressão psicológica e com isso é preciso fazer com que o corpo mostre suas caras, todo o interior do personagem de maneira clara, o que exige uma exacerbação de todo o gesto, criando uma troca entre o rosto neutralizado por um corpo vivo em movimento.

Hoje as máscaras sociais são nada mais nada menos que as atitudes que temos que assumir em diferentes momentos na sociedade contemporânea. A verdade é que na vida real distantes do teatro e rituais fora dos filmes vivemos mascarados e nos utilizamos de diversos tipos de máscaras para conseguirmos sobreviver em sociedade, nos omitindo. Somos vítimas de nós mesmos escondidos atrás de máscaras invisíveis, internas. Para desnudar as máscaras internas é preciso ir contra inúmeros hábitos e costumes, mascarar-se é um caminho de fazer parte da moralidade imposta pela sociedade.

Na verdade é uma forma de proteção, assim podemos assistir tudo por de trás das cortinas sem precisar ser reconhecidos. Então construímos uma imagem de fortes, inteligentes e bem resolvidos, e assim carregamos cada vez mais gritos. O pior é que nunca sabemos até quando continuaremos tendo espaço para guardá-los, de maneira que não sufoque o verdadeiro grito de liberdade.

Devido essa relação social com as máscaras psicológicas, o ator faz o uso da máscara teatral como forma de crítica, deboche e rejeição é a tentativa de transformar o personagem em uma espécie (bicho), deixando-o livre para construir a sua própria máscara corporal. Ator “nu” desprovido de atos meramente externo.

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